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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Diablo Swing Orchestra fez os headbangers dançarem no Inferno Club em São Paulo

DIABLO SWING ORCHESTRA
Inferno Club, SP/SP – (29/05/12)
Texto e fotos por Evandro Camellini

O Diablo Swing Orchestra (ou apenas DSO, para facilitar) é uma banda ainda (infelizmente) consideravelmente desconhecida em nossas terras. Oriundos da Suécia, a banda traz consigo um cartão de visitas no mínimo curioso. Sua história narra que a formação original do grupo data de 1503, quando um grupo de músicos, ao formar uma orquestra onde executavam sons considerados profanos para a época, dada sua métrica musical e forma com que essa música envolvia as pessoas, passaram a incomodar a igreja do local. Não demorou para esse incômodo ganhar a forma de blasfêmia, e o grupo passar a ser considerado satânico. E como era de se esperar, esse incômodo cresceu, virando uma perseguição, o que obrigou os músicos a viverem e se apresentarem de forma clandestina. E, após uma grande recompensa ser colocada a cerca de suas cabeças, o grupo decide fazer uma última apresentação. Apresentação essa que leva milhares de pessoas a ela, e que termina com a destruição do palco e instrumentos pelos soldados do clero, e a consequente prisão e condenação a morte dos músicos. Porém, cientes de seu destino selado, os músicos firmaram um pacto onde diziam que seus descendentes diretos, 500 anos após o ocorrido, deveriam reativar a orquestra, e deixaram isso selado em cartas que foram deixadas em seus domínios familiares. E então, em 2003, de forma totalmente aleatória, dois desses descendentes se encontram, discutem suas histórias, percebem a curiosidade da situação e então decidem procurar todos os sete responsáveis em colocar o legado de volta a ativa.


E foram justamente esses “escolhidos” que fizeram uma apresentação impecavelmente enlouquecida no Inferno (sugestivo local, não?), nesta agradável noite de terça-feira, na capital paulista. Formado por Annlouice Loegdlund (vocal lírico), Daniel Håkansson (guitarra), Pontus Mantefors (guitarra), Anders Johansson (baixo), Johannes Bergion (cello), Martin Isaksson (trompete), Daniel Hedin (trombone) e Johan Norbäck (bateria, recentemente oficializado na banda), o DSO trouxe ao palco uma sonoridade simplesmente arrebatadora! Algo impossível de rotular, provavelmente o mais correto seja dizer apenas música. E de extrema qualidade! Executada de uma forma ímpar, onde o palco se transforma numa festa. Não foi em vão o comentário que fizeram que “trariam o caos para SP”. Pois foi exatamente o que fizeram! Desde o início do show com a espetacular Guerrilla Laments e seu samba de introdução, o que todos puderam ver foi uma banda se divertindo como poucas vezes, arrisco até a dizer nenhuma vez visto algo similar antes! Todos os músicos dançavam, faziam caretas, insuflavam o público de forma ininterrupta, e toda essa energia era retribuída e mais! O set se seguiu com A Rancid Romance, How to Organize a Lynch Mob, Black Box Messiah, VooDoo Mon Amour, Heroines, pouca conversa e muita interação entre banda e público. Fica impossível descrever tudo o que se via em cima do palco, pois era tanta informação, tanto motivo para se rir e comentar algo com quem estivesse ao lado, que querer narrar os acontecimentos on stage torna-se loucura! O caos continuou com Wedding March For A Bullet, Bedlam Sticks, Infralove, Lucy Fears the Morning Star, A Tap Dancer's Dilemma, Kevlar Sweethearts, Poetic Pitbull Revolutions e Ricerca Dell'Anima, com as músicas sendo executadas quase que emendadas umas as outras. Vodka Inferno e Balrog Boogie fecharam o show, sem pausa para bis, com a última quase derrubando o Inferno.

É necessário dizer que tudo foi surpreendente. Desde a banda como um todo, passando pelo grande público que quase lotou a casa, até a incrível qualidade de som que se pode ouvir nessa noite. Vale muito salientar o incrível alcance e potência de voz de Annlouice, uma vocalista impecável, com uma técnica tão grande quanto seu carisma. Anders, um baixista insano, tanto no tocante a presença como em execução das músicas. O show a parte que vinha dos metais, com Martin e Daniel, numa interatividade absurda! A bateria extremamente precisa daquele “fugitivo de Woodstock” que atende pelo nome de Johan. Mas ninguém ali se compara a Johannes. Ele simplesmente encarna a alma da banda! Uma das presenças de palco e interatividade com o público mais absurdamente marcantes que já pude presenciar! Enquanto tocava seu cello, permanecia sentado, fazendo caretas e mexendo com o público. Quando estava cantando, em pé, dançava de uma forma esdrúxula, cômica, que era impossível não se deixar contagiar! Um ícone!

A verdade é que a história que a banda criou para se apresentar ao mundo pode ser uma grandessíssima balela, mas já mostra logo na chegada a criatividade latente e um diferencial natural que esses músicos carregam consigo. E essas são facilmente percebidas nas músicas. Músicas de músicos, mas não apenas para músicos consumirem. Na apresentação visual que carregam, onde se encontra de tudo em cima do palco! Na energia e alegria que despejam em doses cavalares sobre o público. Como ouvi um amigo da imprensa dizer “nunca vi tanto headbanger dançando!”. Eu vou além: nunca tinha visto uma banda como Diablo Swing Orchestra!

 
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